terça-feira, 30 de dezembro de 2008

História

Bananeiras teve sua colonização iniciada nas primeiras décadas do século XVII, em ação desenvolvida por homens arrojados que partiram de Mamanguape. No início do século XVIII exploradores da região obtinham sesmarias e intensificavam a ocupação das férteis terras do brejo.

Até 1827 o território de Bananeiras pertencia à vila de São Miguel da Baía da Traição, quando passou para o domínio de Areia. Foi elevada à categoria de vila aos 9 dias de maio de 1833.

Comarca em 10 de outubro de 1857, tinha jurisdição também sobre Araruna e Serraria.

Tornou-se cidade com a Lei Provincial n.º 690, de 16 de outubro de 1879, data centenária que se comemora. Era Presidente da Província José Rodrigues Pereira Júnior.

Desde então Bananeiras revelou forte vocação política. Elevada à categoria de cidade (1879), já nas eleições de 1880 elegia dois representantes: o Coronel Targino Cândido das Neves e o Padre Manuel de Souza Correia Lima.

Foi o café trazido de Mamanguape por Tomé Barbosa, em meados do século XIX que deu início ao desenvolvimento econômico da cidade de Bananeiras. Suas terras férteis e próprias para o cultivo da rubiácea logo garantiram prosperidade ao plantio e o surgimento de uma idade de ouro do brejo paraibano, a partir de Bananeiras, abrindo espaço para as fazendas com suas casas grandes e seus terreiros de ladrilho feitos pátios de secagem, que ainda hoje, testemunham uma época que se pretende, agora, ver restaurada.

Bananeiras conheceu com o café a implantação de uma aristocracia rural, que já se iniciara com a cana e povoou os campos e a "urbe".

Atacado por praga que lhe dizimou as plantações o café desapareceu de nossa paisagem e levou consigo a opulência que instaurara.

Depois do café, ao lado do plantio da cana, veio também o fumo, que fez mais verde as chãs de Solânea, então Vila de Moreno, parte importante do município de Bananeiras. A cana de açúcar tomou seus vales serras úmidos e garantiu a permanência da aristocracia rural.

Bananeiras ainda foi uma cidade próspera com o cultivo do algodão e posteriormente com o agave. A cana, o café, o fumo, o algodão, a agave e a mandioca, permitiram a presença de uma agroindústria que parece indicar a vocação natural de sua economia rural atual, completada por um rebanho de algum modo significativo. Nada todavia, nos indica, na Bananeiras centenária, a sua vocação econômica, Bananeiras é um município comum. Suas terras, contadas algumas propriedades de médio porte, então, no geral, divididas em minifúndios improdutivos, última esperança verde dos que ficaram no trabalho do campo.



Os anos de 40 se iniciaram difíceis e a II Guerra Mundial trouxe modificações.

A opulência rural sumia da paisagem e as transformações observadas no campo e cidade começavam a exercer um certo encanto. O automóvel, notadamente o Jeep, substitui o cavalo de sela e proprietário rural sente que pode ir para a cidade, buscar educação para seus filhos e mais conforte para si e para sua família.

Bananeiras era uma cidade de certa agitação nos fins dos anos 40 e primeiros da década de 50. Os senhores rurais lá estavam animando uma sociedade, de algum modo ainda orgulhosa do seu passado, e se projetando para o futuro na esperança dos seus filhos, que haviam deixado o burgo brejeiro para buscar um ensino mais complexo nas cidades de João Pessoa e Recife. As moças podiam ficar em Bananeiras, cursando o Normal no Sagrado Coração de Jesus, educandário que marcou uma época, bem refletida no porte elegante de sua construção e na procura de seu internato que abrigou jovens das mais ilustres famílias paraibanas.

Aos rapazes além da escola Agrícola, ainda marcada pela fama do Patronato Agrícola, não restava outra alternativa que não a freqüência aos colégios das capitais citadas, ou mais além na Bahia e Rio de Janeiro.

Os anos 50 provocaram, com a criação dos cursos universitários na capital do Estado e o crescimento do ensino superior de um modo geral, uma segunda revoada e a cidade brejeira quase despovoou. Os que tinham dinheiro vinham de mudança para a capital, garantindo o conforto e educação da família, agora mais exigente. Alguns ocupavam as pensões de estudantes e repúblicas que eram famosas em outros centros. Os menos afortunados também não se prendiam ao brejo, era preciso ganhar a vida onde houvesse crescimento da atividade econômica.

Os que tinham sua base econômica no campo estavam agora ainda mais distantes de seus negócios. Muitos proprietários rurais viraram comerciantes, funcionários públicos ou transformaram sua propriedade rural em propriedade urbana e passaram a viver de rendas.





Iveraldo Lucena da Costa, 1979

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